17 de jun. de 2010

Os inimigos da libido




Estresse, rotina, brigas bobocas, namoro que vira amizade... Esses fatores infernizam a vida sexual de multidões de casais. Extermine agora esses bichos ruins!


A tradutora Camila Sotta Elias, 29 anos, passou um ano sem transar com o namorado. Durante esse tempo, sofreu horrores com um dilema complicado: devia insistir na relação de cinco anos ou terminar tudo? O casal sempre foi muito amigo. As afinidades eram tantas que foi difícil descobrir se ainda havia amor – ou se tinha virado só amizade. A tradutora só sentiu que o namoro não tinha mais salvação quando, além de não rolar mais nada na cama, o casal passou a não ter mais prazer em fazer programas a dois. “Não saíamos mais juntos. Nos fins de semana, ele fazia esportes de manhã, e eu dormia até tarde. Quando eu queria sair, ele dizia que estava cansado.”

A história de Camila é um clássico do fim de muitos relacionamentos. A falta de prazer começa nos lençóis e se estende para o cotidiano. “Não sentir desejo sexual significa o fim da relação quando vem acompanhado da falta de interesse, de papo, de curiosidade e de benquerer pelo outro”, afirma o psicanalista Francisco Daudt.

Discernir se a libido abaixo de zero é apenas um problema passageiro e tem solução – ou se é sinal de que o namoro acabou – não é tarefa fácil. E é por isso que cada vez mais mulheres lotam os consultórios em busca de respostas.

A falta de desejo é a queixa número um de quem vive relações longas e estáveis, afirmam os sexólogos. Pesquisa feita pelo Projeto de Sexualidade (Prosex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo com 1.219 mulheres brasileiras em 2004 constatou que 26,7% delas sofriam de falta de desejo.



Crise passageira
Mas escassez de sexo nem sempre quer dizer que o amor acabou. “Todo casal passa por fases: mais carnais, mais ternas ou mais amigas”, explica a terapeuta de casais Carmen Cerqueira Cesar.

A produtora de cinema Luiza de Oliveira, 27 anos, já sabe: quando o namorado aparece com a maldita bermuda branca, é como se levantasse uma placa com os dizeres: Mantenha-se longe! “É a bermuda de assistir futebol e significa: Nada de sexo por hoje”, diz ela. Juntos há seis anos, Luiza enfrentou crises que afetaram a vontade de partir para o rala-e-rola. Já ficaram mais de um mês sem transar. “Houve um período em que ele teve problemas com grana e não estava com cabeça para sexo.” Em outras ocasiões, brigas não resolvidas – e que duraram dias – minaram o desejo.

No início da relação, Luiza ficava angustiada quando ela queria transar e o namorado, não. Com o tempo, aprendeu a não dar tanta importância aos períodos de baixa. “Espero passar!” A experiência também lhe ensinou a não deixar que uma briga vire mágoa. “Não adianta dizer que está tudo bem se não está. É melhor conversar e resolver a questão de uma vez, ou o clima fica broxante



S.O.S. sexo já
A galeria de situações que funcionam como exterminadores da libido pode contar com fatores biológicos como desequilíbrio hormonal, ejaculação precoce, disfunção erétil ou uso de remédios. Mas, na maioria das vezes, o tesão sai de cena por motivos comportamentais mesmo. Alguns deles:

>> Estresse, falta de tempo
Na década de 70, amor e sexo eram bandeiras de uma geração. Hoje, a história é outra: investir na carreira é, no geral, prioridade absoluta. E quem corre o dia todo e tem mil preocupações chega em casa exausta. Aí, realmente, a disposição para transar vai para as cucuias.

Me dá uma luz???
Especialistas afirmam: o gatilho do desejo feminino é diferente do masculino. Enquanto os homens se excitam visualmente ou só de pensar em sexo, para a mulherada fica mais fácil se houver uma mãozinha providencial dos cinco sentidos: audição, tato, visão, olfato e paladar. E para aguçar essa turma toda, é necessário tempo e investimento. Ou seja: carinhos, beijinhos, abraçinhos sem ter fim ajudam. Diversão a dois também pode fazer maravilhas pelo tesão feminino. “O ócio é amigo da sexualidade”, crava a ginecologista e terapeuta sexual Jaqueline Brendler.


>> Relaxamento pós-conquista
Na fase da conquista, você faz estripulias para impressioná-lo: se arruma toda, engata papos legais etc. Um equívoco gravíssimo é relaxar no investimento por achar que já o fisgou e não corre mais o risco de perdê-lo. E outro erro é o extremo oposto: anular-se, perder a identidade.

Me dá uma luz???
Manter-se interessante para continuar sendo desejada e admirada é a dica, oras. Cuidar da massa cinzenta e do corpo. Estar sempre antenada, aprender coisas novas e ter vida e gostos próprios são bons não só para você, mas também para a relação. Em resumo: a vida amorosa – assim como a vida em geral – é uma bicicleta: não se pode parar de pedalar.


>> Amiguinho é o caramba
Companheirismo é fundamental. Mas a convivência que beira a fraternidade, não. Parceiro irmãozinho é um extintor de tesão.

Me dá uma luz???
Trate o erotismo como... erotismo. Na vida real, isso quer dizer bobagens como trocar o moletom por uma camisola bacana, mostrar que está a fim, soltar a franga com fantasias sexuais. “Se a gente não separar sexo de amor, o erotismo tende a fenecer”, constata a psicóloga e sexóloga Ana Canosa.


>> Travas culturais
Sexólogos acreditam que algumas mulheres, por questões culturais e de educação, têm pouca familiaridade com o erotismo por terem uma visão negativa da sexualidade... Deve ser verdade, porque poucas coisas nascem com tantas travas como o comportamento sexual.

Me dá uma luz???
Faça o seguinte ó: descubra o que é afrodisíaco para você. Vale fazer um intensivão, como ler contos eróticos, espiar cenas de sexo na TV.


>> Brigas, cobranças
Estimular bate-bocas ou fazer acusações esfriam a libido até dos sexomaníacos.

Me dá uma luz?? Baixe a bola. Saber escutar e não querer impor vontades é regra de ouro. Deixar o clima mais afetuoso, é quase um santo milagreiro: as demonstrações de amor aparecem.



Transar e coçar é só começar
No comportamento sexual feminino, a ordem dos fatores altera o produto. E muito, viu? Até pouco tempo, acreditava-se que tanto homens quanto mulheres seguiam o seguinte roteiro: primeiro sentiam desejo, depois se excitavam e, por fim, gozavam. Mas, em 2001, a médica canadense Rosemary Basson concluiu que algumas mulheres só ficam com desejo quando a pegação começa de fato. Ou seja, precisam começar a coisa toda e, só aí, pegam no tranco!!



Lindo Fds pra vocês!



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